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Universidade Federal de Alagoas - UFAL
 

11/12/2008
Comportamento
ORLA DE MACEIÓ: UM MOSAICO CULTURAL

Pessoas das mais variadas idades, vindas dos diversos bairros da cidade, inclusive turistas, formam o contingente de freqüentadores da orla

Por Márcio Cruz

A noite nem começou ainda, mas eles já estão lá. São os assíduos freqüentadores da orla marítima de Maceió que vêm prestigiar o pôr-do-sol a cintilar as águas do mar de Ponta Verde. A brisa, pouco suave nesta época do ano, parece atraí-los para o longo calçadão que se estende na orla. São três as praias que formam a costa da nossa cidade: Jatiúca, Ponta Verde e Pajuçara. Porém, à noite, Ponta Verde e Jatiúca são as mais badaladas.

Logo o sol se vai, e vem a noite a enegrecer as ondas que minuto a minuto vão acalentando e se fazendo em marolas suaves. Enquanto a noite parece tranqüilizar o mar e a brisa, as pessoas vão chegando cada vez mais. Parecem vir de todos os lugares, trazendo vida, colorido e alegria ao longo do calçadão.

Priscylla Andrade, de 20 anos, estudante de Direito, é umas das freqüentadoras assíduas da orla de Maceió. “Estou aqui sempre, todos os sábados e domingos”, conta a jovem que se sente muito à vontade na orla de Ponta Verde. Ela, que mora no bairro do Tabuleiro, se encontra com um grupo de amigos, vindos de diversos bairros da cidade, todos os finais de semana para passear e ainda jogar vôlei. “Depois do jogo, a gente dá um passeio para ver as pessoas e também comer tapioca”, acrescenta animada, a estudante.

Não bastasse a beleza que já lhe é própria no decorrer de todo o ano, nessa época em que se aproxima o Natal e o Réveillon a orla se enche de cordões de luz que formam anjos, estrelas, árvores de natal — as mais diversas figuras a celebrar a maior festa da cristandade. Tudo isso ajuda a deixar o lugar ainda mais convidativo e até mesmo romântico. Por isso, não são raros os casais de namorados que caminham ao longo do calçadão sempre de mãos dadas. Pollyane Santana e Junior Eduardo são mais um deles. Namorados há mais de três anos, passeiam sempre na orla e aproveitam o romantismo da praia de Jatiúca para namorar ao som das ondas. Esporadicamente também praticam caminhadas ao longo do calçadão.

Já Ivanessa Oliveira, 18 anos, estudante, caminha todas as noites na orla de Maceió, indo da Ponta Verde até o Posto Sete, na Praia da Jatiúca. “Adoro esse lugar. Além do exercício físico, venho de vez em quando para passear com minhas amigas”, diz Ivanessa. “Gosto da Orla, do movimento, das pessoas, mas ainda acho que falta segurança. Já me roubaram o celular três vezes”, salienta a adolescente.

APELO À PRESERVAÇÃO AMBIENTAL – Indo em direção à praia da Ponta Verde, encontramos as tapioqueiras. As mais tradicionais encontram-se em Jatiúca, porém, as de Ponta Verde também são muito requisitadas. São vários quiosques dispostos ao longo do areal. A iguaria atrai muitos turistas e, sobretudo, os próprios maceioenses. Lá encontramos um casal: Sérgio e Claudete Macedo. Ele, médico, 50 anos; ela, 35 anos e nutricionista. Assim como muitas pessoas, o casal deixa saltar dos olhos um brilho apaixonado quando falam da orla de Maceió. “É maravilhoso esse contato com a natureza, e ainda tem a facilidade de ter sempre farmácias, supermercados e sistema de transporte urbano ao nosso alcance”, enfatiza Sérgio, acanhado para as fotos dessa reportagem.

Há 15 anos, o casal freqüenta o calçadão da orla. “E não importa o dia, seja no meio ou no final da semana, sempre estamos aqui para encontrar com amigos, tomar água de coco...”, comenta animado Sérgio. Quando questionado a respeito da segurança no local, o casal diz se sentir seguro. “Sempre há rondas dos policiais-ciclistas e também das viaturas, isso nos deixa mais tranqüilos”, acrescenta Claudete.

Para o casal, apesar de toda a maravilha da natureza e da comodidade encontrada na orla de Maceió, ainda há muito que investir em infra-estrutura e, sobretudo, em segurança. Ainda segundo eles, seria muito interessante se a Prefeitura Municipal fizesse uma campanha de conscientização com a população “para que o maceioense aprendesse a preservar a beleza da nossa cidade: não jogar lixo na praia, tomar cuidado com a grama, entre outras coisas necessárias para manter a nossa cidade bonita”, ressalta Sérgio.

A orla marítima de Maceió se diferencia das de muitos outros Estados (até mesmo do Nordeste) justamente por se manter viva à noite com seus bares e quiosques diversos e principalmente com as tapioqueiras, típicas e tradicionais da nossa cidade. Vários jovens e adolescentes animam a noite da orla. Os principais points das tribos são o Posto Sete, na Praia de Jatiúca, e Ponta Verde à altura do Maceió Mar Hotel. Ali, moças e rapazes, mulheres e homens, jovens, idosos e crianças passeiam, brincam, se divertem, praticam esportes, amam, riem, vivem.

À noite, a orla de Maceió é esse lugar democrático em que todos participam em liberdade, ajudando a formar um mosaico cultural em que cores, raças, aromas, classes sociais, gêneros, ritmos, idéias e idades se misturam e interagem. E não importa se já são 22 horas de domingo, não importa o quanto os ponteiros do relógio se cruzem anunciando a segunda-feira de trabalho e estudos. As pessoas permanecem na orla como se inconscientes da sua importância na constituição daquele cenário. Não se importam com nada nem ninguém. Elas simplesmente vivem.

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